A conclusão, tomada hoje pela Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos (CADHP), é a primeira do género a reconhecer o papel central que as populações nativas desempenham na proteção da biodiversidade, avança a Lusa.
De acordo com a mesma fonte, aquele povo vivia como caçador e colector nas zonas florestais do Uganda, Ruanda e RDC.
Em 1970, um fotógrafo e conservacionista belga fundou o agora famoso Parque Nacional Kahuzi-Biega, perto da margem ocidental do Lago Kivu, num território tradicionalmente utilizado pelos Batwa.
Na sequência da expansão do parque em 1975, cerca de 13.000 pessoas da etnia Batwa foram expulsas de suas casas, em nome da protecção da biodiversidade, num processo que evoca o que foi hoje denunciado pela organização Human Rights Watch (HRW) no relatório “é como matar a cultura”, relativamente ao povo Maasai na área de conservação de Ngorongoro, na Tanzânia.
A maioria do povo Batwa continua hoje a viver à margem do parque, em aldeias improvisadas, lutando pelo acesso à terra e aos cuidados de saúde.