Depois de mais de um mês de julgamento, Sean Diddy Combs, também conhecido como P. Diddy, foi absolvido das acusações de tráfico sexual e extorsão, os crimes mais graves apontados a ele. Os jurados chegaram a um veredito completo nesta quarta-feira, dia 2.
Em um primeiro momento, os 12 civis que analisaram o caso do rapper, haviam chegado a uma conclusão apenas em quatro das cinco acusações, sendo duas de tráfico sexual por força, fraude ou coerção e duas por transporte para se envolver em prostituição, permanecendo em dúvida quanto ao crime de extorsão. Vale lembrar que o julgamento contou com 34 testemunhas.
Apesar da absolvição nas acusações mais graves, Diddy foi condenado nos dois casos de prostituição e pode pegar até dez anos de prisão por cada. Caso ele tivesse sido condenado por todos os crimes, poderia passar o resto da vida em reclusão.
Segundo informações da revista People, a defesa do cantor comemorou a decisão e argumentou que os promotores não conseguiram provar as acusações. Apesar da vitória significativa, visto se tratar de julgamento federal de alto nível, Diddy ainda enfrenta dezenas de outros processos por má conduta sexual, que ainda aguardam um resultado.
Segundo o jornal The Guardian, logo após o veredito, o juiz agradeceu aos jurados pelo “sacrifício”.
“Quero que saibam que isso é inspirador para todos nós. Vocês ouviram, trabalharam juntos, estiveram aqui todos os dias, chova ou faça sol. Vocês fizeram isso sem nenhuma recompensa, além da recompensa que vem de atender ao chamado do serviço público. Isso deve dar esperança a todos nós”, disse o Juiz Arun Subramanian, que preside este caso.
Após o veredito, advogado de Casandra “Cassie” Ventura, Douglas H. Wigdor, se pronunciou e elogiou sua cliente por demonstrar força em seu depoimento e apresentar acusações que inevitavelmente levaram ao caso federal.
Diddy no tribunal
Diddy chegou ao tribunal usando um suéter amarelo, camisa branca , calça cinza e carregando um livro de pensamentos positivos. O rapper permaneceu o tempo todo olhando para baixo e com as mãos em prece. Atrás do cantor, estavam sua mãe e os filhos.
Pouco antes de decisão, o advogado Brian Steele segurou mão dele e o tranquilizou. Quando o veredito sobre a primeira acusação (conspiração para extorsão) foi anunciado, Diddy colocou a cabeça entre as mãos.
Mesmo não sendo totalmente inocentado, Diddy comemorou o resultado, pois foi quase o melhor que ele poderia esperar dada a gravidade do caso.
Como Diddy se tornou alvo
A imagem do rapper começou a ruir no fim de 2023. A cantora Cassie, ex-namorada de Diddy, o acusou de submetê-la a coerção física, droga e estupro nos chamados “freak offs”, uma espécie de maratona sexual promovida pelo rapper — movida a uso de entorpecentes e com dias de duração.
Horas depois de abrir o processo, Cassie voltou atrás, após selar um acordo com o músico. Ainda assim, o processo motivou outras pessoas a apresentarem denúncias contra Diddy — a maioria dos casos não foi julgada.
Desde então, ele se tornou alvo de várias ações civis que o caracterizam como um “predador sexual violento”. Em março de 2024, duas luxuosas mansões do rapper foram alvo de buscas por agentes federais. Dois meses depois, veio a público um vídeo em que ele aparece agredindo Cassie.
Nas imagens, o rapper arrasta a então namorada pelos cabelos enquanto ela tenta fugir. A gravação foi feita por uma câmera de segurança de um hotel de Los Angeles, em 5 de março de 2016.
Quatro meses após o vazamento do vídeo, Diddy foi preso no hotel Park Hyatt, na Rua 57, em Nova York. A prisão ocorreu sob a suspeita de associaçã