A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) assinaram, quarta-feira, 21, em Luanda, um Memorando de Entendimento que marca o lançamento formal de uma iniciativa conjunta de apoio ao Governo de Angola na resposta de emergência destinada a salvar vidas e a travar a propagação da cólera.
Em nota de imprensa, a OMS esclarece que o acordo, assinado pelos representantes de ambas as organizações em Angola, sublinha o compromisso unificado de implementar o projecto intitulado “Travar a propagação: acelerar as intervenções contra a cólera que salvam vidas em Angola”, que inclui intervenções cruciais nos domínios da saúde, da água, saneamento e higiene (WASH), e que conta com o apoio financeiro da União Europeia, no valor de 1 milhão de euros.
A iniciativa conjunta visa, essencialmente, reduzir a mortalidade relacionada com a cólera em 75 por cento nas províncias mais afectadas nos próximos quatro meses, através de acções de emergência, dirigidas a mais de 500 mil pessoas em todo o país, com especial incidência às crianças, idosos e pessoas com deficiência.
Angola está actualmente a braços com um dos mais graves surtos de cólera das últimas décadas, com uma taxa de mortalidade de 3,7, ultrapassando o limiar 1 por cento de emergência da OMS.
Na cerimónia de assinatura, o Representante da OMS em Angola, Indrajit Hazarika, destacou a urgência da resposta para se conter a propagação do surto da cólera.
“Agradecemos o apoio da ECHO, que reflecte o valor da cooperação internacional e da solidariedade na salvaguarda da saúde e do bem-estar”, sublinhou.
A colaboração da OMS e do UNICEF com as autoridades nacionais e provinciais tem sido fundamental para a resposta ao surto de cólera desde o início da epidemia em Janeiro, através do reforço das capacidades dos profissionais de saúde, da distribuição de soluções de tratamento de água, da implementação de medidas de saneamento básico, da mobilização e engajamento das comunidades e da realização de campanhas de vacinação, referiu.
Por sua vez , o Representante da UNICEF em Angola, Antero de Pina, acrescentou que este acordo e o financiamento da União Europeia reflectem o compromisso comum de proteger os mais vulneráveis, particularmente as crianças.
O plano inclui o estabelecimento de pontos de reidratação oral e de centros de tratamento da cólera, formação de profissionais de Saúde e de voluntários comunitários, expansão do processo de cloração da água e da promoção da higiene nas zonas afectadas, reforço da capacidade de vigilância e diagnóstico das doenças.