Marie-Monique Robin, jornalista de investigação, realizadora e escritora francesa, é conhecida pelo seu trabalho baseado em reportagens sobre os direitos humanos é caracterizado por uma investigação rigorosa e um compromisso em expor informações que muitas vezes são ofuscadas.
Convidada pela Aliança Francesa de Luanda para projecção do seu mais recente filme “A Fábrica das Pandemias”, Marie disse ter abraçado o desafio porque entende que o documentário interessa a Angola, bem como ao mundo inteiro, principalmente, por causa do aparecimento de novas doenças infecciosas, face à destruição da biodiversidade nas zonas tropicais.
Referir que o vento em Luanda, no dia 22 de Novembro, aconteceu após o documentário ter sido exibido em Cabinda, na Faculdade de Medicina, da Universidade 11 de Novembro, onde teve um momento de partilha de conhecimentos com os estudantes que, até então tinham pouco conhecimento do impacto negativo resultante da destruição da biodiversidade.
“A Fábrica das Pandemias”, de 2022, acompanha a actriz francesa num mundo em que múltiplas sentinelas científicas monitorizam as consequências das alterações climáticas na propagação de novos agentes patogénicos, especialmente em locais como as zonas de desflorestação.
A mais recente obra, explora a ligação entre a destruição de ecossistemas e o surgimento de novas pandemias, e defende que a saúde humana está intrinsecamente ligada à saúde do planeta.
O documentário é vencedor do Prémio Especial nos Deauville Green Awards 2022, do prémio para Melhor Documentário no International Film Festival de Shenzhen e o Prémio do Público no Festival de Lumexplore, segundo conta Marie-Monique Robin.
A realizadora, proprietária da produtora M2R, junta a esta obra, estudos e cientistas de disciplinas distintas, desde parasitologistas, virologistas, biologistas e ecologistas, que mostram que existe uma ligação entre a perda da biodiversidade e a emergência de pandemias como a Covid-19, o Ébola, Zika, a Febre de Lassa e SARS.
Com mais de 200 reportagens e 16 livros, Marie-Monique Robin é jornalista premiada, tendo recebido o prestigiado Prémio Albert Londres (O Roubo dos Órgãos), em 1995, aos seus 35 anos de idade e, em 2009 foi também premiada com o norueguês, Rachel Carson (O Mundo Segundo o Monsanto), além de muitos outros que marcam a sua carreira de mais de 40 anos.