João Lourenço lamenta perda de vidas durante tumultos em Angola

O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, lamentou hoje (sexta-feira) a perda de vidas humanas durante os actos de violência, vandalismo e pilhagem ocorridos, no país, na sequência da greve dos taxistas.

Numa mensagem à Nação, o Presidente João Lourenço solidarizou-se com as famílias das vítimas, desejando rápidas melhoras aos feridos como consequência do que descreveu como “tristes acontecimentos”.

“Aproveitamos a oportunidade para expressar, no nosso nome e no do Executivo angolano, os nossos mais profundos sentimentos de pesar a todas as famílias enlutadas e votos de rápidas melhoras aos feridos”, disse.

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Entretanto, condenou veementemente os actos criminosos que resultaram, segundo os últimos dados preliminares, na morte de 30 pessoas e no ferimento de 277 outras.

Agradeceu às forças da ordem, aos órgãos da Justiça e aos profissionais da saúde, que prontamente atenderam os feridos em diferentes unidades hospitalares para salvar vidas.

De igual modo, endereçou os seus agradecimentos aos partidos políticos, às igrejas, às organizações da sociedade civil e a todos quantos, de forma clara e sem ambiguidade, se pronunciaram publicamente, condenando “a barbárie a que assistimos nesses dias”.

O Chefe de Estado considera que o país viveu momentos de angústia cujo epicentro foi a cidade de Luanda, onde se assistiu a “actos premeditados de destruição de património público e privado, assalto e pilhagem de estabelecimentos comerciais”.

Segundo João Lourenço, houve igualmente ameaças e coação a pacatos cidadãos para não circularem, não se apresentarem ao trabalho, mesmo usando meios próprios de locomoção e não sendo taxistas, “única classe que declarou greve”, decorrida de 28 a 30 de Julho último.

“Isto é grave, isto é crime, punível e condenável. Evidentemente, que as forças da ordem actuaram no quadro das suas obrigações e a ordem foi prontamente restabelecida, a vida voltou ao normal”, afirmou.

Acrescentou que foram actos protagonizados por “cidadãos irresponsáveis”, manipulados por organizações antipatriotas, nacionais e estrangeiras, através das redes sociais, que trouxeram como consequência o luto e a destruição de bens públicos e privados.

O Presidente da República apontou ainda a redução da oferta de bens essenciais e de serviços às populações e o desemprego dos angolanos que trabalhavam nesses estabelecimentos comerciais como outras consequências dos saques perpetrados durante os tumultos.

Recordou que a greve e as manifestações são direitos dos cidadãos consagrados na Constituição e na lei, quando realizadas com o fim único de reclamar direitos ou protestar contra eventuais incumprimentos por parte dos poderes públicos ou entidades patronais.

Para o estadista angolano, 23 anos depois do fim do conflito armado e no ano em que o país comemora meio século da proclamação da sua Independência Nacional, “não podemos aceitar nem tolerar mais dor e luto entre os angolanos”.

Reconheceu que o país ainda tem muitos problemas sociais por resolver, mas garantiu que o Estado está a fazer o seu melhor, investindo na área social, na saúde, na educação e na habitação.

Reafirmou a aposta do seu Executivo na criação de mais emprego, com a admissão massiva de profissionais da saúde, da educação, com a formação profissional e com as grandes obras públicas de construção de infra-estruturas rodoviárias, portuárias, aeroportuárias e de energia e água.

Entre esses projectos, destacou as grandes barragens construídas no âmbito do Programa de Combate aos Efeitos da Seca, no Sul de Angola, nomeadamente nas províncias do Cunene, da Huíla e do Namibe, que “absorvem muita mão-de-obra proveniente de todo o país”.

As obras de construção de infra-estruturas nas novas províncias vão igualmente oferecer emprego a milhares de jovens que se interessem pelo trabalho, disse, ressalvando, contudo, que o Estado não pode ser o único empregador.

“Contamos também com o sector privado, o cooperativo e com o autoemprego, que, justiça seja feita, tem feito também o seu melhor no que diz respeito à oferta de postos de trabalho”, asseverou.

No seu entender, os actos de vandalismo contra empresas e estabelecimentos comerciais do sector privado só vêm desencorajar o investimento privado e, com isso, reduzir a oferta de bens e serviços e de emprego para a população.

Por isso, concluiu, esses actos só podem ser entendidos como actos de sabotagem à economia, com vista a “agravar ainda mais a situação social que vivemos”.

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