O projecto do Corredor do Lobito chegou ao palco do Centro Cultural Manuel Rui Monteiro, com a estreia de uma peça de teatro, encenada pelo Colectivo de Artes Vozes D´África e retrata várias fases do desenvolvimento que esta infra-estrutura pode proporcionar às comunidades banhadas pela iniciativa.
A peça com a duração de 50 minutos, escrita pelo actor Pascoal Pedro Nhanga, cuja sinopse manifesta histórias de amor e o envolvimento directo do Presidente da República na dinamização do Corredor do Lobito.
A cena foi apresentada no quadro da jornada de teatro promovida pelo Colectivo de Artes Vozes D´África, para saudar os 27 anos de existência daquele grupo e dos 50 anos da Independência Nacional, avança o JA.
Segundo manifestou o encenador Pascoal Pedro Nhanga, que fez a dupla com a actriz Florbela Lídia, que interpretaram o papel de Ondjila e Mboio, a estreia da peça Corredor do Lobito começa com uma história de amor de dois jovens, com compromisso de casamento, que supostamente terá acontecido numa das aldeias do município do Chinjenje, por onde é a porta de entrada da linha férrea do CFB.
Ao longo dos preparativos do casamento, a noiva arranja um emprego no projecto do Corredor do Lobito e causa um impacto negativo no relacionamento dos dois, porque o Ondjila é avisado que durante as suas ausências, a sua namorada tem um relacionamento com um jovem chamado “Corredor” e o rapaz com esta revolta, procura pessoas para destruir o projecto do “Corredor do Lobito”, pensando que está a perder a sua mulher por causa desse investimento que chegou na sua comunidade.
Com essa raiva, o jovem junta-se a grupos de gangues, para destruir o Corredor do Lobito, expulsam os funcionários do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), metendo tala, mandando pragas de abelhas contra os que estavam a trabalhar, quebraram os vidros do comboio, para tentar estragar o emprego da sua namorada e ter ela de volta.
Diante de uma comunidade desinformada, todos acabam se juntar aos infractores, porque lhes foi incutido o pensamento de que, o Corredor do Lobito queria receber os seus terrenos.
E diante dessa revolta popular, os sobas foram chamados para intervir e fortalecer a informação coerente, que receberam da administração municipal, no sentido de repor a legalidade.
Informar também à comunidade que o projecto vai trazer benefícios para a população, facilitar as trocas comerciais e merece ser apoiado e sensibilizar as pessoas para que ficarem calmas, uma vez que o Corredor do Lobito só traz benéficio.
A cena da peça teatral termina com o envolvimento directo da liderança comunitária, que sensibilizou o jovem Ondjila e outros infractores a seguirem os caminhos correctos, uma vez que a sua namorada não se envolveu com nenhum moço com nome de “Corredor”, o que há é, sim, o projecto chamado “Corredor do Lobito”, que está a proporcionar o desenvolvimento da comunidade e deve ser apoiado.
Depois de descobrir que a sua namorada não se envolvia com nenhum “Corredor” e era uma história falsa, o casal jovem se reconcilia e se casa.
Com essa história, a população da comunidade ficou sensibilizada que os bens do Estado devem ser bem preservados, porque garantem o bem-estar de todos.
Segundo Pascoal Pedro Nhanga, a peça escrita por ele serve para chamar atenção àquelas pessoas que até aos dias de hoje insistem em vandalizar os bens públicos, principalmente a linha férrea, os sistemas de abastecimento de energia eléctrica e água potável, com fins inconfessos.
Referiu que dias melhores virão a favor da comunidade se as pessoas preservarem os bens públicos, para que o Governo não volte a fazer os mesmos investimentos.