O presidente do “Tchota Angola”, plataforma de Organizações Não-Governamentais (ONG), disse nesta terça-feira, 26, que a fome no país ganhou “proporções desafiantes”, questionando as celebrações dos 50 anos de independência com “milhares de cidadãos em condições miseráveis”.
De acordo com o pastor evangélico, que falava na abertura da “Conferência Nacional Sobre Recursos Naturais: Fome e Riqueza”, a fome em Angola ganhou “proporções muito desafiantes”, apesar dos abundantes recursos naturais, traduzidos em “malefícios” para os cidadãos.
“Este ano a pobreza está mais forte (…), todos precisam de refletir com seriedade [sobre] este fenómeno da fome que assola o nosso país. Mesmo com a exploração permanente dos recursos, mesmo após o fim da guerra civil há 22 anos, a fome aperta e dos desafios são maiores”, lamentou Toni-A-Nzinga.
Para o presidente do “Tchota Angola”, plataforma da sociedade civil angolana focada na gestão e exploração dos recursos naturais, todas as forças vivas do país devem encontrar soluções para os problemas de hoje e “não apenas um grupo de cidadãos que dirige o país”, criticou, aludindo ao Governo angolano.
A riqueza do país “deve refletir-se na melhoria das condições de vida dos cidadãos e não nas viaturas e casas de luxo que construímos”, atirou.
Toni-A-Nzinga questionou também os termos e motivações das celebrações dos 50 anos de independência de Angola, a serem assinalados em 11 de novembro de 2025, quando “milhares de cidadãos vivem em condições miseráveis”.
“Isto é celebração?”, questionou, considerando que “enquanto as populações estiverem a viver em condições miseráveis, (…) não estamos independentes”. Lusa