O presidente do Conselho de Administração da Rádio Nacional de Angola (RNA), Pedro Cabral, anunciou, na sexta-feira, durante a gala de comemoração do Top dos Mais Queridos, que o concurso vai contar com novas modalidades nos próximos anos.
Pedro Cabral explicou que a partir do ano de 2025, o país terá um “Top” mais ajustado à realidade do momento. Para os 50 anos de Independência Nacional, garantiu, a RNA vai lançar um concurso em que as modalidades vão ser feitas por classe, diferente do que aconteceu ao longo desses anos.
“Na modalidade anterior, alguns músicos não se sentiam confortáveis, por isso, a necessidade de se ajustar o concurso a uma nova realidade, de modo a satisfazer os anseios dos concorrentes”, disse, acrescentando que a gala de consagração,realizada na noite de sexta-feira, no espaço Pérola do Ndongo, foi no sentido de recordar todo um percurso que o concurso proporcionou para os angolanos.
Todos os artistas vencedores do Top dos Mais Queridos, referiu, devem sentir-se abraçados pela homenagem, por isso é que de forma propositada queriam que não fossem os autores das músicas a interpretarem os seus sucessos, mas que fossem outras pessoas que gostam de cantar as músicas dos vencedores a fazê-lo.
Pedro Cabral ressaltou que o Top dos Mais Queridos é um projecto bastante importante para a RNA, porque permite que a música angolana seja expandida pelo país e outros continentes.
“Há 42 anos que o Top dos Mais Queridos se consagrou na mais importante tribuna da música angolana e no mais antigo concurso de música popular. E é um projecto que não é da RNA, mas sim dos angolanos para os angolanos”, disse.
Vários são os artistas que na Gala de 5 de Outubro, dia da RNA, interpretam os sucessos inscritos na galeria dos vencedores do Top dos Mais Queridos. A noite começou com uma palavra de boas-vindas e uma resenha do surgimento do concurso.
O grupo de dança Bailado Kudissanga, composto por homens e mulheres, trajados com as cores que compõem o logotipo da RNA, e uma bandeira branca com o slogan “Rádio Nacional de Angola, Unimos o País”, exibiu uma coreografia com o hino da RNA.
No espaço Pérola do Ndongo, era visível as fotografias a preto e branco dos vários momentos vividos no Top dos Mais Queridos ao longo dos 42 anos do concurso. A primeira exibição da noite foi das músicas do “Top dos 5”, com a interpretação das canções de artistas lusófonos.
Nuno Camacho, Mister Kim, Roxane Fernandez, Santimant Mwiny e Aurson Dimand cantaram sucessos dos artistas que fazem parte do “Top dos 5”. Nuno Camacho interpretou “Solto a Voz”, música de Mamborró, enquanto os outros artistas cantaram sucessos dos músicos de São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.
Os artistas José Garcia, Ismael Benguela, Tony do Fumo Jr, Zé Manico, Man Sembilas, Mister Kim, Du Baptista, Alexandra Bento, Fredy Tiago, Lolito, Adelasio, Branca Celeste, Roxane Fernandez, Tio Bibi e Rubro Stone interpretaram as canções inscritas na galeria dos vencedores do Top dos Mais Queridos ao longo desses anos. O músico de São Tomé e Príncipe Juka, um dos mais conhecidos cantores africanos de sempre, foi o convidado especial da noite e encerrou a gala, colocando no alinhamento temas como “Alô Cherry” e “Sabina”.
Homenageados defendem continuidade do concurso
Kyaku Kyadaff, vencedor do “ Top do Mais Queridos”, em 2018, com a música intitulada “Mônica”, defendeu a continuidade do concurso, porque desta forma se vai preservar o património cultural nacional.
“Ser homenageado e ser um dos cantores vencedor numa edição deste concurso, é uma alegria, por isso desejo toda a força necessária para todos os artistas que desejam participar neste concurso e que possam vencer”, disse.
Kyaku Kyadaff disse que espera da nova fase do concurso um aumento da capacidade e acima de tudo uma maior dinâmica, porque é um concurso que molda os aspectos culturais, incentiva a difusão e ajuda na criatividade dos artistas.
Euclides da Lomba, outro vencedor, no ano de 2002, ressaltou que se sente maravilhado por estar a viver um momento único e ser parte da história do país. A música, lembrou, faz parte da memória colectiva, e “ser um dos homenageados é uma grande honra e agradeço à RNA”.
Quanto às novas modalidades, realçou que a RNA é que descobriu até aos dias de hoje todos os grandes nomes da música nacional, por isso felicitou o presidente do Conselho de Administração, Pedro Cabral, pela iniciativa e acredita que vai ter uma melhoria no concurso. JA