1. Se aos advogados angolanos fosse aplicável a cláusula dos partidos políticos que determina a sua extinção se obtiverem menos de 0,5% num ciclo eleitoral, a Ordem dos Advogados Angolanos já teria, há muito, recolhido a carteira profissional atribuída a David Mendes.
Como advogado, David Mendes é uma gigantesca fraude.
O primeiro grande caso em que se aventurou, o chamado caso Sumi, culminou com a condenação de Julinho Kalupeteka a uma inédita pena de 25 anos de prisão efectiva.
Desde então lavou as mãos. Não há ciência de que tenha, sequer, recorrido da sentença.
Se Kalupeteka não beneficiar de uma qualquer amnistia que lhe extinga ou reduza a pena ou de um muito improvável indulto do Presidente João Lourenço terminará os seus dias de vida na cadeia.
O segundo grande caso em que David Mendes se envolveu – o conflito interno da IURD – culminou com o medíocre advogado a derramar calúnias e difamação sobre os ministros da Justiça e dos Direitos Humanos.
Num texto prenhe de erros de redacção – sua inconfundível marca – que publicou há três dias num obscuro site sob o disfarce de José Neto, David Mendes diz que intercedeu como advogado no conflito judicial que me opôs a Paulo Tchipilika, antigo ministro da Justiça, e que culminou na minha condenação a 8 meses de prisão efectiva, em 2008.
Se, inadvertidamente, tivesse aceite os préstimos do medíocre advogado, eu teria cumprido integralmente a pena.
Defendido por dois profissionais sérios – Paulo Rangel e João Gourgel – ao cabo de um mês eu estava fora dos calabouços. Os meus advogados recorreram ao Tribunal Supremo e obtiveram do venerando juíz conselheiro Simão Victor, já jubilado, a anulação da pena.
Avisada esteve, também, Isabel dos Santos. Apesar dos insistentes “ galanteios”, a filha do falecido Presidente da República não deu “bola” a David Mendes na sua tentativa de oferecer-se como advogado. Se a antiga Princesa tivesse cedido ao canto da sereia, hoje estaria entre os presos pessoais do Presidente João Lourenço.
Imprudente, a senhora Conceição Domingos, esposa do general Miala confiou a sua defesa a David Mendes no chamado “caso Miala” e deu no que deu.
No chamado caso dos 15 2, os activistas prescindiram dos serviços de David Mendes porque cedo perceberam que ele jogava em dois tabuleiros.
2. David Mendes padece de severo daltonismo mental.
O ofício 535/24-DNIAP-PGR.57755/2023, através do qual é notificado para ser constituído arguido diz, expressamente, que “tramita nesta Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal da Procuradoria Geral o processo-crime (…) em segredo de justiça”.
Desconhecendo o que significa “segredo de justiça”, David Mendes saiu da DNIAP e correu para uma rádio contar tudo. E, fanfarrão como poucos, gabou-se de ter encurralado a procuradora Esperança Jorge com a pergunta sobre se Marcy Lopes se queixou de crime de calúnia na sua condição de ministro ou de cidadão comum.
Segundo o advogado de pilha galinhas e botijas de gás, mas à custa dos quais acumulou fortuna, de que se gabou na própria Revista Zimbo, se se queixou na qualidade de cidadão comum Marcy Lopes devia fazê-lo junto do SIC porque estaríamos em presença de um crime particular.
Se Marcy Lopes o fez na qualidade de ministro era a PGR que deveria entrar em accão. Quando falava à rádio, a fraude com pele de advogado já tinha perdido noção de que a DNIAP, onde acabara de sair, é um braço da PGR…
Além do mais, a fraude gabou-se de ter acusado, na Revista Zimbo, os ministros da Justiça e da Cultura de favorecimento da ala angolana da IURD. Ora, se foi atacado na sua qualidade de ministro, porquê razão Marcy Lopes se despiria dessa veste para ir apresentar queixa ao SIC na qualidade de cidadão comum?
3. Há muita coisa em David Mestre que não bate certo. Desde logo a falta de criatividade. A fraude travestida em advogado decidiu, agora, rotular-me como mentiroso compulsivo. A mesma qualificação que atribuiu durante anos a fio a Adalberto Costa Júnior. David Mendes está tomado pela obsessão de encontrar um vínculo entre esse vosso escravo e o presidente da UNITA. Quer, a todo o custo, vincular-me ao maior partido da oposição.
Eu não sou como ele, cuja sobrevivência depende da baixa política, de fretes ao MPLA e ao seu presidente. Levo a minha vida com total independência.
Falho de criatividade, David Mendes repete, há anos, com as mesmas palavras, uma patranha que lhe foi contada por Norberto Garcia segundo a qual tentei extorquir-lhe 100 mil dólares.
Só mesmo quem nunca saiu do Cazenga acredita que em Portugal ou em qualquer outro país da Europa Ocidental 100 mil dólares são garantia de uma vida faustosa.
Como nota final registo uma grosseira contradição do advogado de pilha galinhas que se gaba de ser rico sem nunca ter ganho um grande caso judicial: na réplica escrita no obscuro site, o “José Neto” diz que integrou a bancada parlamentar da UNITA a convite de Isaías Samakuva.
“Para conhecimento público, David Mendes não pediu para ingressar na UNITA, mas respondeu a um convite que lhe foi endereçado pelo então presidente do partido, Isaías Samakuva”, escreveu o falastrão.
Já quarta-feira, na entrevista a Anastácio Queirós, da Rádio Kianda, a fraude em pessoa atribuiu a sua entrada no Grupo Parlamentar da UNITA a um convite de Adalberto da. Costa Jr. , na sua qualidade de presidente do GPU.
Então quem é o mentiroso compulsivo?
Obs: Com este texto dou por encerrado o “diálogo” com a fraude.
Afinal, a experiência humana prova que quem dorme com porcos acorda com pulgas.