Faz hoje, dia 8 de Julho, dois anos desde que o antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, morreu em Barcelona, Espanha, vítima de doença prolongada.
Não foi divulgado qualquer programa oficial do MPLA para assinalar mais um ano desde o passatempo físico daquele foi o “líder incontestável” dos camaradas durante 38 anos, tendo-lhe sido concedido, no final do seu longo consulado, o título de Presidente Emérito do partido no poder.
De recordar que o funeral de José Eduardo dos Santos teve lugar somente sete semanas depois da sua morte, devido a disputas insanáveis sobre a data e o local do enterro entre alguns dos seus filhos e o Governo, que viria a levar a melhor.
O antigo Presidente da República, que dirigiu os destinos do país de 1979 a 2017, e a quem foi atribuído pelos seus camaradas de então o título de “arquitecto da paz“, viria a ser sepultado em Luanda, no dia 28 de Agosto de 2022, data em que completaria 80 anos de idade.
De lá para cá, não há notícias de visitas ou romarias ao mausoléu construído especialmente para acomodar a urna contendo o corpo inerte de José Eduardo dos Santos, situado precisamente nas cercanias do Memorial António Agostinho Neto, erguido em homenagem ao primeiro Presidente da República de Angola.
O silêncio sepulcral da velha-guarda e da nova geração de quadros e dirigentes do MPLA (salvo raríssimas excepções) é tão somente uma prova irrefutável que José Eduardo dos Santos foi liminarmente eclipsado pelo regime que ele próprio criou.
Se não houver mudanças, quem será a próxima vítima?
Por Alves Fernandes