O Standard Bank de Angola (SBA) obteve aprovação para abrir uma conta-correspondente com o J.P. Morgan em dólares e em euros, marcando o regresso de bancos norte-americanos ao sistema financeiro angolano.
Segundo um comunicado do Standard Bank, o processo foi finalizado este mês, depois de uma análise “rigorosa e detalhada de due diligence, iniciada em 2023, com o objectivo de reabrir uma relação directa de correspondência com bancos norte-americanos.
De acordo com o CEO do SBA, Luís Teles, citado pela E&M, “esta parceria transcende fronteiras, reflectindo o espírito de colaboração, confiança e inovação que define as duas organizações. A reentrada do J.P. Morgan no mercado angolano demonstra que a união de duas instituições financeiras globais tem o potencial de desbloquear o crescimento de África”.
“Esta conquista representa muito mais do que a abertura de contas-correspondentes, marca a reintegração de Angola no sistema financeiro global, através do Standard Bank de Angola, o que reafirma o importante papel da instituição na promoção do crescimento de Angola”, enfatiza Luís Teles.
Angola não tinha relações directas de contas-correspondentes bancárias entre bancos dos Estados Unidos e instituições financeiras angolanas desde 2016.
Em 2016, grandes bancos norte-americanos como o Citibank e o próprio J.P. Morgan encerraram as suas contas-correspondentes com bancos angolanos devido a preocupações com riscos de branqueamento de capitais, corrupção e falta de transparência no sector financeiro.
Como resultado, Angola perdeu o acesso directo a dólares, forçando o Banco Nacional de Angola a realizar leilões de divisas e a limitar as transações em moeda norte-americana, o que agravou a crise cambial marcada pela escassez de divisas e depreciação do kwanza.
As contas-correspondentes referem-se a uma relação contratual entre dois bancos de países distintos para facilitar transações internacionais, como transferências de fundos, pagamentos, liquidação de cartas de crédito, operações cambiais e compensação de cheques. Essa relação permite que bancos sem presença física num país acedam ao sistema financeiro local por meio de um parceiro confiável.