Mais de 300 cidadãos com cadastro criminal e acima de 400 pessoas com dificuldades de leitura foram detectados durante o processo de recadastramento do segundo Curso Básico do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) para ingresso.
No mesmo processo, mais de 80 instruendos não compareceram para o recadastramento, segundo avança a TPA, adiantando que os cidadãos com processos criminais serão encaminhados ao Serviço de investigação Criminal (SIC), revela a mesma fonte.
O Curso Básico de ingresso no SME em que se inscreveram mais cinco mil candidatos foi cancelado dias antes da data prevista para o encerramento, devido a “irregularidades graves no processo de selecção”.
Foram igualmente detectatas fichas criminais activas de instruendos que estiveram em formação neste órgão castrense há seis meses.
Segundo a fonte junto do processo asseguram que esses formandos, desistentes, são os que supostamente entraram pela porta do “cavalo” no polémico curso suspenso.
Conforme as fontes, foram detectadas no recadastramento várias adulterações de idades.
Alguns recrutas asseguraram que a comissão inspectiva não teve piedade dos “sem perfil”, que “foram de facto humilhados”.
Os 5.000 instruendos que viram o curso suspenso a quatro dias do seu término ficam agora a aguardar pela afixação das listas definitivas deste novo processo.
A direcção do SME salienta que “todo aquele formando que está consciente de que preenche os requisitos de ingresso, deve ficar calmo”.
Entretanto, o novo ministro do Interior, Manuel Homem, assegurou, aquando da sua visita às instalações centrais do Serviço de Investigação Criminal (SIC), que o processo de recadastramento, à “lupa”, vai estender-se aos demais órgãos do MININT que recentemente iniciaram processos de recrutamento de efectivos.
Segundo Manuel Homem, esses processos vão ser reavaliados porque há suspeita de efectivos com condutas duvidosas que não merecem estar nestes órgãos.