Assinala-se, hoje, o Dia Mundial do Sono, data instituída pela Associação Mundial de Medicina do Sono, com o objectivo de chamar a atenção para a importância do sono regular diário.
A privação do sono pode ter consequências devastadoras para a saúde, segundo a médica Palmira Kuatoko, especialista em Otorrinolaringologia e docente universitária, ao destacar que os distúrbios do sono afectam crianças e adultos, podem comprometer a produtividade, aumentar o risco de acidentes e provocar doenças graves.
Um dos problemas mais perigosos, disse, é a apneia do sono, que causa interrupções momentâneas na respiração durante o descanso. Em adultos, essa condição está ligada à hipertensão, doenças cardíacas e AVC, como o que atingiu Marcelo. Em crianças, pode afectar o desenvolvimento cognitivo e, em casos extremos, levar à morte.
Palmira Kuatoko apontou que outro distúrbio comum é a insónia crónica, que prejudica a memória, a coordenação motora e o equilíbrio emocional.
“Crianças que dormem mal tendem a apresentar baixo rendimento escolar, enquanto adultos enfrentam queda na produtividade e maior risco de acidentes”, sublinhou.
Além disso, disse, há ainda a sonolência excessiva, que compromete a concentração e a energia para actividades diárias, o que pode impactar tanto a vida profissional quanto a pessoal.
Risco de fadiga extrema e acidente
A privação do sono não afecta apenas a saúde, mas, também, a segurança. A médica Palmira Kuatoko alerta que o cansaço extremo pode levar a tragédias, especialmente no trânsito. “Muitos acidentes fatais ocorrem, porque motoristas exaustos acabam por adormecer ao volante, mesmo por segundos. Isso é o suficiente para causar uma tragédia”, ressaltou.
Por outro lado, trabalhadores que operam máquinas ou desempenham funções de risco, como seguranças e operadores industriais, ficam mais propensos a cometer erros fatais quando não descansam o suficiente.
Para a especialista em Otorrinolaringologia, a rotina acelerada da sociedade moderna tem sido um dos principais inimigos do sono.
“Muitos jovens passam horas nas redes sociais ou assistindo a séries durante a madrugada, sem perceber que estão a prejudicar a própria saúde”, lamentou.
Palmira Kuatoko alertou, ainda, que “dormir pouco não é sinal de força, é um risco invisível que pode custar a vida”, concluindo que “garantir um sono de qualidade não é um luxo, mas uma necessidade para a saúde e a longevidade”.