O ministro dos transportes de Angola, Ricardo Viegas de Abreu, manifestou-se preocupado com o actual cenário que se verifica na Linhas Áreas de Angola (TAAG), tendo afirmado que “o Governo acompanha natural e atentamente a sua gestão”, exigindo que esta cumpra com os mais elevados padrões de transparência, responsabilidade e orientação para resultados.
“[…] Não se pode aceitar uma TAAG ineficiente e distante das reais necessidades dos clientes e dos objectivos estratégicos definidos pelo Executivo”, afirmou há dias o governante quando lamentou o ministro angolano, quando falava, há dias, no acto da recepção da primeira de quatro aeronaves, modelo 787-9 Dreamliner, encomendadas ao fabricante norte-americano Boeing.
As declarações de Ricardo de Abreu indiciavam descontentamento com o recente episódio protagonizado pela transportadora angolana de bandeira, que no passado dia 27 deixou ficar a bagagem de porão de cerca de 100 passageiros de um dos voos que fazia a rota Luanda-Lisboa, alegadamente por ter priorizado a exportação de 40 toneladas de mangas.
De acordo com o ministro, a modernização da frota [da TAAG] tem de ser acompanhada por uma mudança de mentalidade e de práticas de gestão. “A companhia tem de se focar em definitivo na satisfação do cliente, na melhoria dos seus serviços e na maximização dos activos agora reforçados com este novo equipamento e outros que ao longo de 2025 e [anos] seguintes irão chegar”, asseverou.
O titular da pasta dos Transportes, citado pela FAL, fez questão de lembrar que os passageiros têm direito a um serviço de qualidade, pontualidade e atendimento profissional, acrescentando que “não podem ver defraudados os seus direitos, nem as suas expectativas em circunstância alguma”.
Segundo garantiu, o Governo [de Angola] definiu e implementou, nos últimos anos, políticas estratégicas que reforçaram o sector da aviação civil, introduzindo reformas legais, regulatórias e institucionais significativas, investimentos na melhoria e activação de infra-estruturas aeroportuárias, incentivos ao reforço e ao crescimento sustentável de todo o sector da aviação civil.
“A aviação civil é um motor de crescimento e a TAAG tem a responsabilidade de operar com excelência e eficiência. A gestão da empresa tem de estar alinhada com os objectivos nacionais e com as melhores práticas internacionais”, enfatizou Ricardo de Abreu.
A nova aeronave, já decorada com o novo branding da TAAG, vai assegurar as ligações intercontinentais da companhia e responder à dinâmica do crescimento do tráfego e indicadores de procura por parte de passageiros e clientes.
O Boeing 787-9 da TAAG tem uma capacidade total para 313 passageiros, sendo 16 em classe executiva e 297 passageiros divididos em classe económica e económica-premium. Oferece uma série de vantagens em termos de eficiência de combustível, maior conforto e espaço de cabine para os passageiros, 70m³ de volume total de carga, e redução de poluição sonora e emissões nocivas ao ambiente.