O Corredor ferroviário do Lobito vai ser muito mais do que um caminho para transportar matérias-primas e produtos diversos, assegurou o Presidente da República, João Lourenço.
Ao discursar, sexta-feira, na cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo do corpo diplomático, realizada no Palácio da Cidade Alta, o Chefe de Estado informou aos diplomatas em serviço em Angola que aquela rota estratégica para a dinamização das potencialidades da diversificação económica do país será, antes, um pólo de desenvolvimento relevante para a integração regional e dinamização da Zona de Livre Comércio Continental Africana.
Reforçou que esta iniciativa tem como objectivo facilitar o comércio entre os países africanos e retirar da pobreza extrema 30 milhões de pessoas, assim como aumentar o rendimento de outras 68 milhões que vivem com menos de cinco dólares por dia.
No Corredor do Lobito, garantiu o Presidente da República, vão ser instaladas indústrias importantes, projectos agro-industriais de grande alcance e serviços de natureza diversa.
“Angola representa um bom destino para absorver fluxos financeiros e outros que permitem desenvolver infra-estruturas como o Corredor do Lobito, que terá um papel estratégico inquestionável no escoamento de mercadorias e commodities essenciais para as tecnologias de ponta e para a transição energética, através do Oceano Atlântico, para os mercados globais”, destacou o Estadista angolano aos diplomatas.
O Presidente João Lourenço referiu que os resultados obtidos pelo Estado angolano, ao longo de 2024, permitem ao país encarar este ano com um certo grau de confiança e determinação para continuar a trabalhar, de forma árdua, para que os objectivos traçados sejam uma realidade.
O Chefe de Estado disse que a meta passa por colocar Angola na rota do desenvolvimento, cooperando com os países e instituições internacionais representados pelos diplomatas.
Com a melhoria do am-biente de negócios em Angola, João Lourenço disse ser, cada vez mais, crescente o número de investidores estrangeiros que têm aplicado, no país, os seus recursos financeiros, técnicos, tecnológicos e outros, com o objectivo de os capitalizar, criando, deste modo, importantes activos na economia angolana.
“Sabemos todos que os resultados destas iniciativas levam algum tempo a produzir o seu impacto sobre o quotidiano das pessoas, mas estamos no caminho certo e os benefícios do intercâmbio que existem entre Angola e os seus parceiros internacionais começarão a fazer-se sentir paulatinamente e de forma segura”, ressaltou o Presidente da República.
O Corredor do Lobito, com uma linha férrea que percorre 1.344 quilómetros, estende-se desde o Porto com o mesmo nome, situado no Oceano Atlântico, e passa por Angola, de Oeste a Leste, através das províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, abrangendo zonas mineiras da província do Katanga, na República Democrática do Congo (RDC), e do Copperbelt, na Zâmbia.
O Corredor proporciona uma rota estratégica alternativa para os mercados de exportação da Zâmbia e da RDC e a rota mais curta que liga as principais regiões mineiras destes dois países ao mar.
Internacionalmente
Conhecida como a rota dos dois oceanos, pelo facto de ligar, por terra, os oceanos Atlântico e Índico, o Corredor do Lobito é a principal rota alternativa para os mercados de exportação da Zâmbia e RDC, dado o facto de oferecer uma rota mais curta para as principais regiões mineiras dos dois países encravados. JA