EPAL diz que melhoria na qualidade da água cria atrasos no abastecimento

O presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) esclareceu, terça-feira, em Cacuaco, que não existem restrições no abastecimento por razões técnicas, mas sim problemas na qualidade do teor do precioso líquido, levando os técnicos a demorarem mais tempo para o processo de purificação.

Adão da Silva adiantou que o processo de reversão do elevado teor de coloração e turvação da água, feito pelos técnicos nas estações de tratamento, segue um protocolo rígido, criado para levar um líquido de qualidade até ao consumidor.
“Não estamos perante uma restrição. Acontece que a água está a chegar às estações com um teor de coloração e turvação fora do normal. Por isso, temos reforçado o processo de captação de potabilidade, para ser o mais admissível possível e, consequentemente, a água esteja pronta para o consumo humano. É um processo feito para a salvaguarda da saúde pública”, destacou.
Água filtrada
Nos últimos anos, a água filtrada passou a ser a preferida de muitas famílias no país.
Adão da Silva reconhece a existência de empresas de engarrafamento de água, mas desconhece a qualidade, tendo em conta que a certificação de tal produto não passa pela análise dos técnicos do laboratório central da EPAL.
Este processo de amostra, revelou, é feito a partir do Instituto Superior de Qualidade da Água. “Não temos o controlo desta produção. As amostras não passam pelo laboratório central. Por isso, não podemos falar em relação à qualidade desta agua”, disse.
Os moradores de alguns bairros de Luanda ficaram, durante semanas, em alvoroço, devido à falta de água nas torneiras. Nessa altura, como Mariano Francisco, de 30 anos, tiveram de percorrer distâncias para obter água.
Residente no município do Cazenga, Mariano Francisco disse que as duas semanas sem água levaram muitas pessoas, inclusive o próprio, a andar longas distâncias com baldes e bidões à procura do precioso líquido.
Outros, conta, preferiram pagar quantias exorbitantes para terem água em casa. “Os vendedores dos kupapatas estavam a exagerar nos preços. O valor variava entre 200 e 250 kwanzas. Ouvi histórias de pessoas que vandalizaram condutas para obter água”, lamentou, adiantando que, felizmente, segunda-feira de tarde, a água voltou a sair nas torneiras. “Tudo já está a voltar à normalidade”, disse.
Já Maria de Jesus, moradora do município do Sambizanga, reclamou da qualidade da água que sai nas torneiras e que a obrigou a comprar o bidão a 200 kwanzas. A água, sublinhou, estava sem qualidade e não dava para beber, apenas fazer a limpeza de casa e lavar roupa de cor.
Para Celestino Pedro, do bairro Rocha Pinto, a falta de água foi um transtorno, que durou duas semanas. “Tínhamos de pular um muro para acarretar do outro lado da estrada. A procura era muita. Graças a Deus, a água começou a sair ontem de madrugada, em algumas casas e já está limpa”, disse.
Juliana Fragoso, de 40 anos, residente no Cassenda, disse que tem gastado muito dinheiro na compra de água e só piora quando há escassez, como aconteceu há três semanas. “Comprava cada bidão a 300 kwanzas. O pouco dinheiro que estava a guardar acabou e já estava a pensar ir a casa da minha mãe, no Benfica, onde tem um tanque de água”, frisou.
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