Cimeira para paz na RDC adiada por “divergências relativamente à resolução da questão do M-23”

Luanda, que medeia o conflito, observa que a resolução da questão do grupo M-23 é “a única questão pendente para a finalização e consolidação” do projecto de acordo de paz.

A Cimeira Tripartida para a Paz na República Democrática do Congo, que estava aprazada para este domingo, 15, e que juntaria, em Luanda, os Chefes de Estado de Angola (como mediador), RDC e Rwanda, foi adiada devido a “divergências de pontos de vista relativamente à resolução da questão do M-23”.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores (MIREX) de Angola explica que a resolução da questão do movimento armado M-23 é “a única questão pendente para a finalização e consolidação” do projecto de paz.

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“Entretanto, João Lourenço, Presidente da República de Angola, manteve um encontro [neste domingo, em Luanda] com Felix Tshisekedi, Presidente da RDC, e com Uhuru Kenyatta, antigo Presidente do Quénia e facilitador do Processo de Nairobi, com os quais abordou as perspectivas relacionadas com o Processo de Nairobi e a resolução da questão do M-23”, lê-se no comunicado.

A nota do MIREX, a que a E&M teve acesso, refere que a Cimeira Tripartida tinha como objectivo considerar o Relatório de Progresso, reflectindo os principais resultados obtidos no âmbito do processo negocial levado a cabo pelos ministros das Relações Exteriores/Negócios Estrangeiros dos respectivos países, desde Março de 2024, bem como o Projecto de Acordo de Paz apresentado pelo facilitador às partes, em Agosto de 2024.

Citado no documento, João Lourenço, enquanto facilitador das negociações para a paz na República Democrática do Congo, expressa a sua preocupação pela “ausência de consenso nesta questão crucial e fracturante” das relações entre os dois países, lamentando o adiamento da Cimeira “a pedido de uma das partes à última da hora”.

O Presidente angolano reitera, realça ainda a nota, o seu “firme engajamento” na busca efectiva da paz e segurança na região Leste da RDC, e exorta as partes a “privilegiarem o interesse” dos seus povos e o bem comum, com vista ao alcance de uma “solução duradoura” para o conflito que prevalece há mais de 30 anos.

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