O Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu, esta terça-feira, 19 em Ndalantado, província do Cuanza-Norte, manter a taxa de juro em 19,5%.
Na reunião do Comité de Política Monetária, realizada nos dias 18 e 19 deste mês, o BNA decidiu, também, manter a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 20,5%, bem como a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 18,5%.
O governador do Banco Nacional (BNA) disse, ainda nesta terça-feira que a estabilidade relativa da taxa de câmbio do kwanza deve manter-se até ao final do ano, ajudada pela desaceleração dos preços.
Manuel Tiago falava após a reunião do Comité de política Monetária — a última deste ano – e considerou que a evolução dos preços e o desempenho da atividade económica permitem antever uma preservação do valor do kwanza.
“Olhando para aquilo que tem sido o desempenho da atividade económica nacional, que nos permite perspetivar uma taxa de crescimento à volta de 4% no ano de 2024 e também a desaceleração do ritmo de crescimento dos preços na economia, tudo isso haverá de contribuir naturalmente para uma maior, ou pelo menos para uma preservação do valor da moeda nacional”.
Salientou ainda que, comparativamente ao ano passado, em que a depreciação da moeda nacional ficou muito próxima de 40%, em 2024 a depreciação foi de apenas 9%.
“Nós pensamos que a estabilidade relativa, que a taxa de câmbio regista até ao momento, há de continuar até ao final do ano. E a partir daí nós poderemos melhor perspetivar aquilo que haverá de acontecer no próximo ano de 2025”, indicou.
O governador do BNA recordou que a missão do Banco Nacional de Angola tem a ver com a estabilidade dos preços na economia, com vista à estabilidade da moeda nacional, sublinhando que a estabilidade dos preços só será possível através do aumento substancial da produção de bens e serviços, principalmente daqueles que forem excedentes e puderem ser exportados para se assistir à entrada de divisas no país.
“Quando houver equilíbrio entre aquilo que nós exportamos e aquilo que nós importamos, aí sim nós teremos uma estabilidade da moeda nacional decorrente dos fundamentos da própria economia”, frisou Manuel Tiago, citado pela Lusa.
Questionado sobre a entrada de Angola na lista cinzenta do GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional), salientou que foi reconhecido o esforço levado a cabo pelas autoridades angolanas, que conseguiram resolver a maioria das deficiências identificadas, ficando apenas 17 por resolver que serão alvo de um plano de ação.
Referiu, por outro lado, que o setor bancário nacional teve um desempenho acima da média de outros setores e que a nível do sistema financeiro nacional, as atenções estão viradas essencialmente para as instituições financeiras não bancárias, que vão ser acompanhadas pelos supervisores, acrescentando que as relações entre os bancos angolanos e os seus homólogos estrangeiros vão manter-se iguais.