Alrosa não consegue enviar dividendos de Usd 320 milhões à Rússia há 3 anos

As sanções dos Estados Unidos da América e da União Europeia a empresas russas, devido à guerra contra a Ucrânia, continua a penalizar as operações da multinacional russa em Angola.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Alrosa não consegue transferir os dividendos obtidos com a sua participação na mina de Catoca, onde é sócia da empresa estatal ENDIAMA. Ao todo são já 322,0 milhões USD, em que 134,4 milhões USD são relativos a dividendos de 2023.

Segundo apurou o Expansão junto de fontes ligadas à multinacional russa, estes dividendos não saíram do País devido às sanções dos EUA e da União Europeia aplicadas à companhia russa, que vê as suas operações em Angola cada vez mais limitadas.

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O Expansão diz que as restrições impostas pelos EUA e a União Europeia podem influenciar negativamente as operações futuras da Alrosa em Angola, que neste momento se circunscrevem apenas à mina de Catoca, apesar de oferecer assistência técnica e de tratamento da exploração de diamantes da mina do Luele.

A fonte da Alrosa disse que, apesar das pressões externas, os russos estão firmes na exploração de diamantes em Angola, mas asseguram também que o futuro da companhia na exploração de diamantes, com as limitações impostas, está cada vez mais em risco.

Segundo apurações, a comissão dos dois países constituída no ano passado para discutir o repatriamento dos lucros da Alrosa em Angola, continua a trabalhar para se encontrar uma via que possibilite aos russos acederem aos seus dividendos.

“Não existe ainda nenhum acordo entre as partes, tudo porque Angola está a ser pressionada pelos americanos e europeus para cumprir as sanções impostas pelo ocidente. Tudo não passa de interesses geopolíticos, mas tudo está a ser feito para que os russos tenham acesso aos dividendos obtidos em Angola”, disse a fonte, adiantando que a situação preocupa a companhia russa.

Lembrou, por outro lado, que é preciso que Angola e Rússia cheguem a acordo, para que os dividendos, como parte da sua participação nas operações da Sociedade Mineira de Catoca, entrem para as contas da multinacional russa.

A diamantífera russa detém 41% da estrutura accionista da mina de Catoca e tem por receber 134,4 milhões USD referentes às operações em 2023. A este valor juntam-se os 100 milhões de 2021 e 85 milhões de 2022.

Embora os preços estejam em baixa, especialistas acreditam que no ano passado os lucros do universo da Alrosa têm vindo a registar uma quebra acentuada. A explicação é simples, há dois anos que entraram em vigor as sanções americanas às empresas russas, entre as quais à Alrosa, uma medida que tem vindo a influenciar os fluxos financeiros da empresa.

Face a estas sanções, Angola estava a pressionar a saída da multinacional russa, tendo altos responsáveis da empresa já admitido publicamente que a saída poderá ser uma solução desde que sejam devidamente compensados.

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