Angola passa a pagar, a partir do dia 7 deste mês, uma taxa de 15% pela exportação dos seus produtos para os Estados Unidos de América (EUA), contra a tarifa inicial de 32%, no quadro da nova estratégia comercial adoptada pela administração do Presidente norte-americano, Donald Trump.
Segundo o novo plano tarifário dos EUA, essa redução foi formalizada por meio de uma ordem executiva da Casa Branca, inserindo Angola num grupo restrito de países africanos beneficiários de um regime preferencial de tarifas moderadas.
De acordo com o comunicado da Embaixada de Angola nos EUA, enviado esta sexta-feira à ANGOP, a medida constitui uma vitória da diplomacia económica de Angola.
Conforme o documento, a nova tarifa representa um alívio significativo para os operadores económicos angolanos, permitindo maior competitividade dos produtos nacionais no mercado norte-americano, numa clara visão do esforço do Executivo na diversificação da base económica do país.
Com essa medida, Angola espera reequilibrar as trocas comerciais e atrair novos investimentos, com destaque para os sectores do agronegócio, indústria transformadora e infra-estruturas.
O comunicado sublinha que esta acção é resultado de um processo contínuo de diálogo e cooperação entre o Executivo angolano e as autoridades norte-americanas.
Refere que, nos últimos meses, o Governo de Angola, por via dos ministérios da Indústria e Comércio e das Relações Exteriores, assim como da Missão Diplomática em Washington, manteve contactos intensos com as instituições norte-americanas competentes, sob a coordenação do embaixador, Agostinho Van-Dúnem.
Esse trabalho visou a construção de uma plataforma de entendimento mútuo, baseada na previsibilidade e reciprocidade nas relações comerciais bilaterais.
Igualmente, considera-se ser uma conquista diplomática que vem reafirmar o diálogo construtivo, aliado à concertação estratégica, constituindo uma via eficaz para a afirmação dos interesses de Angola no cenário internacional.
A propósito, o ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns de Oliveira, remeteu uma carta oficial ao Governo dos Estados Unidos da América, reafirmando o interesse de Angola aprofundar o diálogo económico bilateral.
Na sequência, Angola apresentou os primeiros parâmetros técnicos da oferta exportável nacional ao Governo norte-americano.
As relações comerciais entre Angola e os Estados Unidos da América são marcadas por uma forte cooperação, particularmente no sector energético e no âmbito do programa AGOA.
Em 2024, Angola exportou para os EUA bens avaliados em 351,8 milhões de dólares e importou cerca de USD 410,2 milhões, resultando num saldo favorável aos Estados Unidos.