Cidadãos angolanos continuam a abandonar o país em massa para Portugal

Número de angolanos que abandonam o País continua a crescer. Em Portugal, comunidade angolana já é a segunda maior entre os estrangeiros. Vão à procura de estabilidade social e económica, saúde, educação e segurança.

Tal como nos anos anteriores, o 2024 continuou a ser marcado pela tendência de movimentos a favor do abandono do País rumo a outros destinos, com destaque para Portugal e Brasil. Só nas ‘terras de Camões’, as estatísticas das autoridades locais apontam que, entre 2022 e 2023, a comunidade angolana registou uma subida histórica de 31.761 para 55.589, um crescimento de 75% (mais de 23 mil cidadãos).

Com este número, Angola saltou do 6.º lugar do ranking das nacionalidades estrangeiras mais representadas em Portugal, para a 2.ª posição. São números que podem não reflectir a real situação da quantidade de imigrantes em Portugal, já que, até ao fecho do último Relatório de Migrações e Asilo (RMA) 2023 da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), mais de 400 mil imigrantes ainda aguardavam pela regularização da sua situação. Por outro lado, o relatório da AIMA deixa de fora as pessoas com dupla nacionalidade de algum país da União Europeia ou as que estão em situação migratória irregular.

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Os documentos sobre a Migração da AIMA mostram que, nos últimos sete anos, o número de angolanos residentes em Portugal disparou de forma acentuada desde a ascensão de João Lourenço à Presidência, passando de 16.854 indivíduos, em 2017, para 55.589, em 2023. Esse crescimento exponencial representa um aumento de pelo menos 230% e posiciona Angola como um dos principais países de origem dos imigrantes em Portugal, superado apenas pelo Brasil.

Entre 2017 e 2023, um total de 38.735 angolanos, principalmente jovens, ‘fugiu’ da fome, da miséria e do desemprego no País e escolheu as terras de Camões para recomeçar a vida e procurar estabilidade social e económica, saúde, educação e segurança.

Para além de Portugal, centenas de pessoas, principalmente jovens, tentam pela busca de melhores condições de vida no Brasil. A Embaixada do Brasil em Angola admitiu, em Abril deste ano, ao NJ, que tem recebido, diariamente, dezenas de pedidos de visto de entrada para aquele país desde o fim da pandemia da Covid-19, que soma agora milhares.

Segundo a representação diplomática, sessenta por cento dos pedidos de visto são rejeitados. Só em 2023, o Brasil teve um aumento de 760% nos pedidos de vistos para turismo face ao período pré-Covid, enquanto o número de pedidos de vistos de estudantes aumentou para cerca de 600 requerimentos anuais. 

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