Os Caragóis, a claque principal do Clube Desportivo 1.º de Agosto, atravessam uma das fases mais tensas da sua história recente. Desde a tomada de posse de Gouveia de Sá Miranda, os fervorosos adeptos militares afastaram-se dos estádios, deixando um vazio nas bancadas que há muito tempo não se via, devido à falta de apoio logístico da direcção.
Segundo informações apuradas pelo Jornal dos Desportos, os Caragóis encontram-se numa situação precária. Falta-lhes material básico para exercerem a função de incentivo à equipa, como instrumentos musicais, essenciais para criar o ambiente vibrante e característico nos jogos do D’Agosto.
A cada dia que passa, é notória a falta de público nos estádios, e a situação agrava, segundo a direcção do núcleo de sócios, com a ausência de subsídios, outrora fornecidos pela gestão anterior, para o aluguer de viaturas e outros gastos operacionais.
Sebastião Pedro Veiga, mais conhecido por “Vani”, porta-voz da claque, não esconde o descontentamento. “No passado, a direcção presidida pelo general Carlos Hendrick garantia um apoio de 300 mil kwanzas para as nossas despesas.
Esse dinheiro permitia alugar viaturas para o transporte de todos os apoi- antes nos vários pontos de Luanda e adquirir algumas garrafas de água. Era o mínimo, mas fazia toda a diferença”, explica.
Hoje, sob a liderança de Gouveia de Sá Miranda, a realidade é bem diferente. Segundo Vani, o novo elenco directivo não apenas cortou os subsídios, como também tem dificultado qualquer tentativa de diálogo.
“Tentámos várias vezes marcar um encontro com o presidente, mas alguns membros da direcção parecem estar a criar barreiras. Não entendemos por que razão os apoios cessaram de forma tão abrupta. A claque sempre foi apoiada pelo clube, e este corte é inexplicável”, lamenta.
O responsável considera que a ausência dos Caragóis nos jogos em casa começa a ter impacto não só na atmosfera das partidas, mas também na moral dos próprios jogadores. “A falta do apoio caloroso das bancadas foi sempre característico no trunfo do clube militar, é cada vez mais evidente.
Por outro lado, a direcção do clube ainda não emitiu qualquer posição oficial sobre o assunto, alimentando rumores e desconfianças entre os adeptos.
