ACJ ao discurso do PR: Reconhecer os heróis não é favor, é obrigação histórica

O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, reagiu de forma crítica ao discurso sobre o Estado da Nação proferido pelo Presidente da República, João Lourenço, afirmando que o reconhecimento dos fundadores da pátria deve ser um acto de justiça e mérito histórico, e não de perdão político.

“Os pais da Nação são, efectivamente, aqueles que lutaram, lideraram e tornaram possível a independência de Angola. O reconhecimento pela independência deve ser sempre um acto de mérito, nunca um acto de perdão”, afirmou o líder da UNITA.

Adalberto Costa Júnior considerou incoerente que a mesma bancada parlamentar que hoje aplaudiu o anúncio do reconhecimento tenha, no passado, votado contra a proposta de lei que reconhecia todos os pais da independência, sublinhando a “falta de coerência e seriedade” no tratamento do tema.

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“A pressão da sociedade e das forças políticas, incluindo a UNITA, teve resultado. Mas foi um percurso desnecessário, cheio de recusas e contradições. Nós nunca mudámos de posição. Quem mudou foi o Presidente da República e o MPLA”, reforçou.

Apesar das críticas, o líder da oposição admitiu que é “positivo quando alguém tem a coragem de corrigir um erro”, mas rejeitou a narrativa do perdão:

“Não aceitamos a ideia de perdão. O reconhecimento dos fundadores da Nação é um dever histórico, não uma benevolência.”

Em relação ao discurso do Estado da Nação, Adalberto Costa Júnior classificou-o como “monótono, distante da realidade e sem soluções concretas”, criticando a ausência de medidas sobre fome, desemprego juvenil, pobreza extrema e corrupção.

“O Presidente falou muito, mas não trouxe soluções. Falou de um país que, muitas vezes, não é o que o cidadão vive. As autarquias continuam esquecidas e a justiça, elogiada no discurso, é hoje vista com desconfiança pela maioria dos angolanos.” 

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