Sébastien Lecornu, alegou já não existirem condições para se manter como Primeiro-ministro da França. O chefe do executivo cessante, numa conferência de imprensa a 6 de Outubro em Paris, afirmou que, não obstante ter prescindido da possibilidade da adopção de legislação no parlamento sem votação prévia, isso não pôs cobro ao impasse. Tanto mais que teriam vindo à tona apetites partidários em torno da nomeação do seu governo, anunciado na noite deste domingo.
Sébastien Lecornu, refere a RFI, demitiu-se escassas horas após o anúncio do seu governo contendo 18 ministérios.
Um executivo com poucas caras novas e que suscitou, de imediato, críticas da oposição e, mesmo, de ministros reconduzidos no cargo, caso de Bruno Retailleau, de direita, dos Republicanos, alegando que ele não imprimia a ruptura que se tinha advogado querer fazer.
Anúncios que tinham sido antecedidos pela declaração do primeiro-ministro na passada sexta-feira de que desistia da possibilidade de recorrer ao artigo 49° da Constituição e à sua alínea 3 contemplando a adopção de legislação no parlamento, sem votação.
“Ser Primeiro-ministro é uma tarefa difícil (…), mas não se o pode ser quando as condições não estão reunidas“. Ele enumerou três razões para tal.
A primeira seria o facto de os partidos não se terem apercebido da ruptura que significaria prescindir do recurso ao artigo 49° e à sua alínea 3, na perspectiva da adopção do orçamento.
Lecornu estimou que os partidos mantiveram uma postura como se todos dispusessem de uma maioria absoluta na Assembleia nacional, a câmara baixa do parlamento.
E, finalmente, por a composição do governo ter provocado o “despertar de alguns apetites partidários, às vezes relacionados, o que seria muito legítimo, com a futura eleição presidencial“.