Na sexta-feira (8), uma reunião de alto nível foi realizada no gabinete da vice-presidente da República, Esperança da Costa, para discutir a situação epidemiológica do país. A reunião, que contou com a participação da ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, teve como foco três doenças endêmicas que continuam a impactar a saúde pública de Angola: malária, HIV/Sida e tuberculose.
O objectivo principal foi avaliar o progresso nas acções de combate a essas doenças e identificar novas estratégias para reduzir sua prevalência e os impactos negativos na população.
A malária, ainda considerada a principal causa de mortes no país, foi um dos tópicos centrais da discussão. As autoridades de saúde trouxeram boas notícias, revelando uma redução no número de mortes devido aos esforços contínuos de prevenção. As campanhas de distribuição de mosquiteiros impregnados com inseticida nas comunidades têm mostrado resultados positivos, contribuindo para a diminuição dos casos fatais. Além disso, foi ressaltada a importância de medidas preventivas, pois a malária continua a ser uma preocupação significativa, e as autoridades destacaram a necessidade de intensificar as campanhas e reforçar os investimentos no setor da saúde.
O HIV/Sida também foi um tema amplamente discutido na reunião. Angola registra mais de 300.000 pessoas vivendo com HIV, com uma prevalência alarmante entre as mulheres, que representam aproximadamente 200.000 dos casos diagnosticados. A situação é especialmente preocupante nas regiões fronteiriças e no litoral do país, onde a infecção continua a crescer. Além disso, foi destacado o estigma social que afeta as pessoas vivendo com HIV/Sida, um fator que dificulta o acesso ao tratamento e agrava a situação de muitas famílias. A discriminação é particularmente acentuada na província do Cuanza Norte, onde os portadores da doença enfrentam sérias dificuldades sociais. Durante a reunião, foram discutidas medidas para combater o estigma e ampliar o acesso à medicação, com o objetivo de reduzir os números de infecção e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.
A tuberculose, uma doença que também continua a desafiar as autoridades de saúde, foi outro ponto de discussão importante. Muitos pacientes com tuberculose estão abandonando o tratamento devido a dificuldades financeiras, uma situação que agrava a propagação da doença e compromete os esforços de erradicação. A falta de acesso a alimentos adequados, necessários para garantir a eficácia dos medicamentos, tem sido uma das principais barreiras para o tratamento eficaz da doença. O governo reconhece que esse é um problema urgente e está tomando medidas para garantir que os pacientes tenham acesso tanto à medicação quanto à alimentação necessária para completar o tratamento e vencer a doença.
Ao final da reunião, tanto a vice-presidente Esperança da Costa quanto a ministra Sílvia Lutukuta reafirmaram o compromisso do governo em continuar a investir em campanhas de prevenção e em melhorar o acesso ao tratamento.